"Essas palavras que escrevo me protegem da completa loucura." -
Charles Bukowski

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Não se perca.


Aproveito esse momento de lucidez para não esquecer como é difícil lidar com a pessoa que escolhemos para nos relacionar. Porque tratamos mal aqueles que deveríamos amar? Vejo os casais sendo grosseiros e cruéis uns com os outros: gritam, xingam e alimentam um ódio sem razão. Enquanto isso o outro vai acatando, se machucando e sofrendo calado. Até que um dia tudo rui. Não sobra nada alem de cobranças de promessas nunca cumpridas e acusações recíprocas e venenosas. Cuide bem do seu amor. Que suas palavras para com seu eleito sejam sempre doces.
E se ele for grosseiro, não aceite calada e submissa, jamais, JAMAIS. Você é a coisa mais preciosa em que ele já poderia ter posto as mãos e se ele não sabe trata-la como a preciosidade que você é, vá embora. Avise uma vez, mas uma só é suficiente. Não aceite grosserias de quem diz te amar. Não aceite palavras duras que você não merece.
Se ele esta mal, deixe-o ficar só. Se ele precisar de um abraço, você estará lá, mas deixe bem claro que você nunca estará la para ser alvo de raiva cega ou amargura mal curtida.

Cuide-se em primeiro lugar. Sempre.
O que é realmente precioso para você? Seja lá o que for, não perca.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Pequena flor amarela

Recordo que, durante a infância, na altura de meus 6 anos de idade, minha mãe costumava me dar uma florzinha amarela para comer. Era bem a cara dela isso de ensinar sobre ervas através do paladar da maioria delas, o que se provou utilíssimo pois, apesar dos anos terem levado da minha memória o nome da tal flor, nunca esqueci que tinha um sabor peculiar. Passei os anos seguintes a sua morte experimentando flores amarelas na tentativa de recuperar aquele conhecimento perdido em uma memória infantil. Tudo em vão. As flores amarelas que provei tinham gosto de mato, quando muito.
Eis que ontem, serelepe no supermercado, vou pegar couve-manteiga quando um ramo verde me chama atenção por suas florzinhas pontudas. Não exitei: fechei os dedos sobre uma delas e levei à boca, mordiscando desconfiada. Eis que o sabor picante me atinge, o cheiro suave entrando no coração e minha mãe estava ali novamente, ofertando florzinhas amarelas a uma garotinha rechonchuda.
Não tenho grandes pretensões com esse texto, apenas compartilhar minha felicidade ao reviver um momento tão gostoso. E descobrir o nome da bandida, pois estava perdida entre outros maços e ainda não identifiquei.


PS - E não é que descobri? Trata-se de do Agrião-Bravo ou Jambú.

Permita-se

Sempre tive uma enorme vontade de ir a um desses locais paradisíacos que vemos em fotos onde podemos ver a natureza em todo seu deslumbre fazendo aflorar toda nossa inspiração. Era assim um pequeno sonho meu: sentar, um dia, em posição de lótus rodeada por um ambiente fantástico e meditar. 

Entretanto, locais ultra paradisíacos são caros e eu nem sou da turma que medita frequentemente. Mas a vida, pra quem sabe viver o agora, está sempre dando pequenos presentes.

Fui caminhar e a luz do dia começava a decair no céu. Enquanto usava os aparelhos de uma daquelas academias ao ar livre, um sol de um laranja brilhante me atingiu. No meu MP3 estava começando a tocar Yulunga - uma das mais belas canções do Dead Can Dance. Um vento gostoso soprava por cima da lagoa e as garças voavam. Veio a mim um impulso irresistível.

Sentei em um dos bancos que rodeiam a lagoa, de frente para o sol que se punha: lótus e coluna ereta, mãos sobre as coxas. Observei as nuvens tingidas de laranja, os pássaros que voavam e faziam grande alarido, como se estivessem se despedindo do dia e absorvendo aqueles últimos raios de calor. Vi pipas voando e sorri, por esse pequeno costume ainda estar vivo.

A música preenchia meu coração, o vento soprava no meu rosto e também balançava a grama suavemente. Quando o céu se tingiu de um vermelho poderoso, fechei os olhos e me concentrei em minha respiração. Viajei.

Eu não estava mais na praça com um monte de gente correndo por ali. Não ouvia mais os apitos vindos do campo de futebol, nem sentia o cheiro de cigarro. Eu estava além. Transportada pelo agora para um daqueles locais paradisíacos, me sentia no topo de uma montanha, contemplanto o mundo todo. Mágico.

Foram meros 10 minutinhos de um dia comum, que o tornaram um dia inesquecível para mim. Aproveite seu agora. Se você abrir os olhos e se permitir, ele sempre trará surpresas incríveis.

Seduzida

Era mais um dia chato, absolutamente comum, quando você o vê. Fica meio sem jeito, mas não resiste e acaba chegando junto. A abordagem é direta, sem muitas sutilezas. É simplesmente sexy demais quando você o toca pela primeira vez e sente aquele energia. E aquele cheiro delicioso, meu Deus, que cheiro é aquele! No começo vocês ficam comportadinhos, talvez sentados à mesa de um café, mas em um impulso único, você acaba levando-o para casa... 


E é ai que começa a loucura. 


No sofá, na cama, até mesmo no banheiro, vocês ficam colados o tempo todo. Dormir? Pra que? As madrugadas que ele passa sentindo o calor dos seus dedos e com seus olhos ávidos sobre ele compensam qualquer desconforto de uma noite mal dormida. Mas como tudo que é bom dura pouco, alguns dias, algumas horas depois, acaba. Ah, os deleites de um bom livro e suas histórias!